terça-feira, 30 de outubro de 2012



Em torno de 400 pessoas foram ao Cemitério Jardim da Paz dar adeus a Antônio Carlos Vasconcelos, o Nego Caio, 47 anos. Um dos principais incentivadores do rap no bairro, ele foi morto a tiros na tarde de sábado, na Rua Panamá, supostamente por ter se "atravessado" no conflito entre os grupos Bala na Cara e Banha, que teriam dividido o território da Vila Mato Sampaio. 
As circunstâncias do crime ainda não foram esclarecidas pela polícia. Nego Caio levou pelo menos três tiros, nas costas e no peito, próximo ao campo de futebol da Rua Panamá. Socorrido no Pronto Atendimento do bairro, não resistiu. Outros dois homens, de 40 e 60 anos, foram feridos, mas não correm risco de morte.
Os disparos teriam partido de um homem em uma moto, com uma mulher na carona. Mesmo com o movimento no local, ele teria passado atirando. Pouco tempo antes, afirmam moradores, havia ocorrido outro tiroteio.

Silêncio no Bar do Nego Caio
Morador da Bonja havia pelo menos 30 anos, Nego Caio era pai de quatro filhos e transformou seu bar em um dos principais redutos do rap em Porto Alegre.
- Fazia questão de tocar no bar os sons que nós fazemos aqui no Bom Jesus e em Porto Alegre. O Bar do Nego Caio reunia os nomes do rap nacional sempre que estavam por aqui. Perdemos um ativista verdadeiro. Foi um golpe da violência contra a nossa cultura - lamentou Éder Pires, integrante da banda Bonja S.A.


Para crianças, uma perda
A influência de Nego Caio na Bonja já havia ganhado espaço até mesmo na educação. Ele mantinha projetos de hip hop com as crianças em pelo menos duas escolas do bairro. Nas tardes de domingo, tradicionalmente, o Bar do Nego Caio se transformava para o Domingão do Rap da Bom Jesus. Ontem, não. Quem é militante do movimento no bairro se vestiu de luto.

Lamentável perca, mais uma vez a violência está envolvida.

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